
PARIS (Reuters) - Centenas de milhares de trabalhadores foram às ruas das cidades francesas na quinta-feira para protestar contra a proposta de elevação da idade mínima para aposentadoria, parte crucial da reforma previdenciária que o governo deseja.
Sindicalistas disseram que as passeatas foram o primeiro passo em uma longa luta para defender a aposentadoria a partir dos 60 anos, estabelecida no governo do socialista François Mitterrrand.
O atual governo conservador diz que elevar essa idade mínima é a única forma de controlar o déficit da previdência.
Os sindicatos, que já diziam ter reunido 800 mil pessoas em 23 de março, estimaram desta vez o comparecimento em cerca de 1 milhão no país inteiro.
A polícia disse que o total foi de 395 mil pessoas, e o governo buscou minimizar o protesto.
"Claramente tivemos um comparecimento fraco neste dia", afirmou o porta-voz Luc Chatel a uma rádio.
Já Bernard Thibault, dirigente da poderosa central CGT, qualificou a jornada como um sucesso, e acenou com mais protestos.

O sindicato dele estimou que na capital, sob chuva, a manifestação teve 90 mil participantes. A polícia falou em 22 mil.
Empresas públicas disseram que 10 a 20 por cento de seus funcionários faltaram, mas os transportes funcionavam praticamente sem alterações.
O ministro do Orçamento, François Baroin, disse na quinta-feira que uma reforma previdenciária deve ser debatida pelo Parlamento após o recesso do meio do ano.
Sarkozy deu uma conotação partidária à questão na quarta-feira ao declarar, sob estridentes protestos da oposição socialista, que a Franca teria "muito menos problemas" se Mitterrand não tivesse reduzido a idade mínima de aposentadoria de 65 para 60 anos em 1983.
A líder do Partido Socialista, Martine Aubry, participou da passeata em Lille, onde é prefeita.
Houve grandes manifestações também em Marselha, Rouen, Bordéus, Rennes e outras cidades, todas com maior participação do que em março.
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