quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Obama escreveu para presidente do Brasil sobre o Irã


Alexei BarrionuevoDo Rio de Janeiro

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou uma carta no domingo para o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, reiterando a posição americana sobre o programa nuclear do Irã, um dia antes de o presidente iraniano realizar sua primeira visita ao Brasil, afirmou um assessor de Lula nesta terça-feira (24).

Obama não criticou explicitamente Lula por hospedar o presidente Mahmoud Ahmadinejad. Mas manifestou que esperava que Lula iria usar a ocasião para expressar seu apoio aos esforços internacionais para forjar um compromisso sobre as ambições nucleares do Irã, de acordo com duas autoridades americanas.

Na carta de três páginas, Obama reiterou seu apoio a uma proposta da Agência Internacional de Energia Atômica, que tenta orientar o Irã a desenvolver energia nuclear para fins pacíficos e civis.

O acordo proposto pede para que o Irã exporte a maior parte do urânio enriquecido para processamento suplementar, de forma que ele poderia ser usado em reator medicinal em Teerã.


O Irã até agora se recusou a aceitar a proposta. Lula reiterou na segunda-feira (23) seu apoio ao direito de o Irã desenvolver sua tecnologia nuclear para a produção de energia, assim como o Brasil vem fazendo.Ahmadinejad, o primeiro líder iraniano a visitar o Brasil em 44 anos, chegou a Brasília na segunda-feira. Lula organizou a visita como parte de um esforço diplomático para ajudar a mediar as tensões entre Israel e os palestinos.
O presidente israelense, Shimon Peres, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, realizaram visitas separadas ao Brasil neste mês.
Obama já havia discutido sobre o Irã com Lula antes, manifestando esperança em uma reunião do G20, em abril, de que Lula poderia envolver Ahmadinejad em um diálogo sobre a questão nuclear, de acordo com autoridades do governo brasileiro e dos Estados Unidos.Mas, mesmo antes da visita de Ahmadinejad, havia tensão entre os Estados Unidos e o Brasil em torno da iniciativa americana para aumentar a presença militar na Colômbia e da condução da crise política em Honduras.

A carta de Obama também discutiu a situação de Honduras, bem como os diálogos sobre mudanças climáticas em Copenhague e a rodada de negociações comerciais em Doha. Sobre Honduras, Obama justificou o apoio americano a uma eleição presidencial após a destituição do presidente Manuel Zelaya, em junho.

Obama disse em sua carta que a situação deverá "começar do zero" após a eleição, afirmou uma autoridade brasileira.

O Brasil se opõe à eleição, agendada para domingo, dizendo que é inadequado, tendo em vista a deposição de Zelaya, que o Brasil e grande parte do mundo consideram um golpe de Estado.

Um porta-voz do governo brasileiro disse terça-feira que Lula ainda não tinha respondido à carta de Obama e estava pensando em telefonar para ele, ao invés de responder por meio de outra carta.


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