EVANDRO SPINELLIDA
REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciou ontem que o IPTU em São Paulo terá um aumento de até 60% em 2010 para imóveis comerciais, industriais e de serviços.
No caso dos imóveis residenciais, o reajuste será de no máximo 40%.
O projeto será enviado hoje à Câmara Municipal e terá de ser aprovado até o fim de dezembro para valer no ano que vem.
Como Kassab tem a maioria dos votos no Legislativo paulistano, a aprovação do projeto não deve ser complicada, mesmo com a campanha eleitoral de 2010 na qual muitos vereadores pretendem concorrer.
A Folha revelou no mês passado que a prefeitura pretendia fazer a revisão geral do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de acordo com a valorização imobiliária de cada região nos últimos oito anos.Pelos estudos preliminares que a Folha obteve, o maior reajuste seria de 357%, na rua Barão de Ladário, no Brás.
A região foi valorizada, segundo os estudos, pela revitalização do largo da Concórdia e pelo combate aos camelôs.
No dia seguinte à reportagem, Kassab confirmou a intenção de aumentar o imposto, mas disse que colocaria uma "trava". Para ele, não seria justo fazer a atualização do IPTU de uma única vez.Em casos como o da rua Barão de Ladário, os proprietários dos imóveis pagarão em 2010 no máximo 60% a mais -40% se for uma residência.
A diferença deve ser aplicada nos anos seguintes, mas o percentual ainda não foi definido.A última revisão da planta genérica de valores foi feita em 2001.
Desde então, só houve atualização pela inflação.A planta genérica de valores é uma planilha que define o valor venal dos imóveis rua por rua, obtido a partir do preço de compra e venda de imóveis, e é a base de cálculo do IPTU."Agora, infelizmente, temos que mostrar para a cidade de São Paulo que a atualização da planta genérica é uma necessidade, é uma questão de justiça tributária", afirmou Kassab.
Para ele, algumas regiões tiveram grande valorização a partir de investimentos públicos e é justo que paguem mais imposto por isso.
Por outro lado, Kassab diz que aumentará a faixa de isenção. Hoje, imóveis com valor de até R$ 65,5 mil não pagam IPTU.
Esse limite de isenção passará para R$ 92,5 mil.A prefeitura não informou ontem quanto pretende arrecadar a mais com o IPTU, que corresponde a cerca de 13% da receita total.
O percentual já foi maior -em 2005 era de 16%.Porém, como a arrecadação com o ISS (Imposto Sobre Serviços) cresceu muito a partir da implantação da Nota Fiscal Eletrônica, a participação do IPTU caiu nesse período.Isso não quer dizer que a receita com o imposto seja menor.
Mesmo sem a atualização da planta genérica, a arrecadação de IPTU vem crescendo acima da inflação em razão do aumento de contribuintes.A exceção foi 2008, na crise financeira, quando, por causa da inadimplência, houve queda de 3,84% (em valores atualizados). Mas neste ano a expectativa é a de que a receita com o IPTU volte a crescer.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1711200901.htm
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