RIO DE JANEIRO, 19 de abril (Reuters) - O governo não tem recursos para bancar um reajuste de 7,7% para aposentados que ganham acima do salário mínimo, conforme defende a oposição no Congresso, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas.
"Sete ponto sete por cento não vejo fonte de custeio para isso", disse ele a jornalistas em evento na Firjan.
"Se o ministro da Fazenda encontrar fonte de custeio e o presidente autorizar vou acatar. Sei que os aposentados reivindicam isso, mas é preciso levar esse debate para a sociedade", acrescentou Gabas.
O acordo feito pelo governo com os sindicatos e as entidades representativas de aposentados apontou para um aumento de 6,14%, cujo impacto nas contas da União é estimado em R$ 6,7 bilhões. A medida provisória do Executivo enviada ao Congresso contempla esses 6,14% e é sobre ela que vem acontecendo o debate no Congresso.
De acordo com Gabas, há brechas para um acordo político que permita um aumento de 7%.
"Sete por cento seria uma forma de chegar a um ponto de equilíbrio", acrescentou.
Pelos critérios atuais, o governo usa como parâmetros para o reajuste dos aposentados que ganham acima de um salário mínimo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado pelo IBGE, mais 50% do PIB (Produto Interno Bruto) relativo a dois anos antes da data do aumento.
O ministro chamou de manobra eleitoreira a proposta feita no Senado Federal de um reajuste de 7,7%, o que representa a soma do INPC mais todo o PIB de dois anos antes.
"Quando você coloca uma carga dessa você discute a viabilidade da Previdência. A discussão não pode se misturar com aventuras eleitoreiras", criticou Gabas.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier; Edição de Carmen Munari)
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